Medicina Dentária do Sono
A Medicina Dentária do sono é uma especialidade médica interdisciplinar que procura o diagnóstico e tratamento das patologias do sono sendo a primeira linha de intervenção na prevenção e diagnóstico dos distúrbios do sono.
Colaborando de forma interdisciplinar com outras áreas da medicina, a consulta de Medicina Dentária do Sono indicar-lhe-á o tratamento mais adequado, bem como o acompanhamento necessário a um tratamento bem-sucedido.

O que é a apneia do sono?
O síndrome de apneia obstrutiva do sono é uma doença respiratória do sono provocado por colapsos intermitentes e repetidos da via respiratória superior (atrás da língua). Estas situações provocam pausas respiratórias durante o sono, com duração superior a 10 segundos e que se repetem mais de 5 vezes por hora. Estas pausas originam diminuição do oxigénio e aumento do dióxido de carbono no sangue e, consequentemente, em todos os tecidos do organismo. Este estado provoca pequenos despertares ao sono da noite, fragmenta e desestrutura o seu sono. Ou seja, dorme mas não repousa.
Diagnóstico
O diagnostico é feito clinicamente observando a cavidade oral e as vias áreas superiores, através de uma anamnese exaustiva e completa. O diagnóstico conclusivo obtêm-se através de um exame que se chama polissonografia. Consiste num aparelho usado durante toda a noite e que vai monitorar e analisar diverso parâmetros durante o sono nocturno: respiração, oxigenação do sangue, actividade cerebral, movimentos dos olhos, actividade muscular e movimentos das pernas, ruído. Hoje em dia este exame é feito em casa.
Tratamento
Dependendo da gravidade da doença, medida pelo índice de apneia dado pela polissonografia, o tratamento será diferente em cada paciente.
Serão aconselhadas medida gerais como, perder peso, evitar consumo de álcool a partir da hora de almoço, não tomar medicamentos para dormir, não fumar, manter uma higiene do sono, respeitar as horas habituais para dormir, evitar dormir de costas.
Dependente dos casos o paciente poderá utilizar aparelho de avanço mandibular, estes aparelhos promovem o avanço do maxilar inferior e são usados durante o sono evitando assim o colapso da via respiratória da orofaringe, ou dormir com aparelho de ventilação forçada, o CPAP, que através de um fluxo de ar continuo impede o colapso das vias aéreas superiores, diminuindo as apneias nocturnas. Casos mais graves pode ser necessário recorrer a cirurgia.
Riscos
Como qualquer doença crónica, a síndrome de apneia obstrutiva do sono tem tendência a agravar-se com o tempo e as suas consequências também serão mais graves. Nomeadamente AVC, diabetes, patologia cardíaca, hipertensão arterial, enfarte do miocárdio, morte súbita durante a noite, perda de memoria, acidentes de carro por excessiva sonolência.
Roncopatia (ressonar)
Durante o sono, os músculos responsáveis por manter a permeabilidade das vias respiratórias relaxam. Como consequência, os tecidos moles das vias aéreas vibram e produzem o ronquido. Além disso, a passagem do ar a nível da faringe vai-se tornando mais difícil e, em determinadas ocasiões, a falta de fluxo de ar produz a diminuição do nível de oxigénio no sangue. O cérebro recebe esta informação de falta de oxigénio e produz microdespertares, interrupções que podem acontecer durante toda a noite.
Este défice de oxigénio provoca uma série de sintomas, como a hiper sonolência diurna, cansaço generalizado, depressão, dores de cabeça e aumenta o risco de patologias como, hipertensão arterial, diabetes tipo II, AVC, enfarte agudo do miocárdio, etc.
A sonolência diurna, a perda de memória, as alterações do ânimo, afetam a vida pessoal, social e profissional e aumentam o risco de acidentes laborais ou de trânsito, por exemplo.